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quarta-feira, 28 de março de 2012

Spam e vírus no Facebook viabilizam venda de ‘curtir’ na rede social

Foto: Felipe Figueiró
Se você é usuário do Facebook, já deve ter visto mensagens como “mude a cor do seu perfil”, “saiba quem visitou seu perfil” ou tantas outras divulgando certas páginas na rede social (veja algumas). A Linha Defensiva apurou que essas mensagens fazem parte de um esquema envolvendo a comercialização de “curti”.

É bastante simples: as páginas são feitas para atrair os usuários do Facebook. Quando a página é acessada, o internauta é orientado a baixar um aplicativo ou extensão para o navegador web para ter acesso ao recurso prometido. Uma vez feita essa instalação, os responsáveis podem controlar o navegador da vítima para dar “curtir” páginas específicas, além de enviar as referidas mensagens na rede social.

Essas páginas específicas são, de fato, bastante específicas. Trata-se de páginas que compraram um serviço que adiciona as “curtidas”.

Diversas mensagens enviadas pelas extensões são bloqueadas pelo Facebook. A Linha Defensiva também entrou em contato com o UOL, responsável pelo PagSeguro, que processa os pagamentos. O provedor informou que “não possui vínculo com esse serviço” e que “o caso está em total desacordo com a política da empresa e já foi encaminhado à área de Prevenção e Fraude, que tomará as medidas cabíveis”.

O Facebook não quis comentar se iria procurar a Justiça para resolver o caso, como o site já fez nos Estados Unidos, onde processou quem abusava dos recursos de mensagem da rede social para ganhar dinheiro. A rede social apenas afirmou que “não comenta casos específicos”. A rede social publicou nesta quinta-feira (22) um guia para remover extensões de navegadores.

Responsáveis

Há dois sites envolvidos: PublicidadesOnline.com e PublicidadesOnline.net. A venda ocorre no site PublicidadesOnline.net, enquanto algumas das referidas extensões ficam no PublicidadesOnline.com. Os dois sites foram registrados no mesmo dia, estão em nome da mesma pessoa e hospedados no mesmo endereço IP.

No PublicidadesOnline.net, cem mil “curti” podem custar R$ 3.990, enquanto mil “curti” custam apenas R$ 50.

A Linha Defensiva tentou contato com o telefone cadastrado no registro do site – que é idêntico para os dois -, mas recebeu apenas uma mensagem de “número indisponível”. Dois endereços de e-mail associados ao site também foram contactados, mas não responderam.

No entanto, o telefone cadastrado na conta do PagSeguro que recebe o dinheiro no PublicidadesOnline.net era válido. O responsável informou que o site não tinha ligação nenhuma com o site “.com”, apesar do site ser registrado para a mesma pessoa, e que os “likes” que o site .net vendia eram revendidos do eBay (o “Mercado Livre“, norte-americano).

Poucos anúncios vendendo “likes” foram encontrados no eBay – o responsável instruiu a reportagem a procurar por “likes facebook”. Mesmo aqueles em oferta pareciam não ter nenhuma venda.

Durante o telefonema, a ligação caiu. Um novo contato foi tentado, mas não foi atendido. Depois, o número de telefone não estava mais aparecendo na página do PagSeguro.

Clientes

Dois clientes também foram procurados pela reportagem. Uma página de humor afirmou que o caso era o contrário – que na verdade ele estava sendo pago para divulgar o Publicidades Online. De fato, na página há um anúncio publicitário que leva internautas ao serviço. A extensão que divulgava essa página estava hospedada no site PublicidadesOnline.com; o anúncio era para o PublicidadesOnline.net.

O responsável por outra página que recebeu “curtidas” indevidas, que divulga eventos de uma capital, não respondeu a tentativa de contato feita pela Linha Defensiva. O e-mail usado estava disponível na própria página.

Legislação

O Brasil não tem lei anti-spam e a prática de envio de mensagens em massa não é ilegal. Segundo Omar Kaminski, advogado especializado em tecnologia, pode ser possível um processo cível. “Na esfera penal a fraude é de difícil tipificação, mas há a possibilidade de ação cível se provado o prejuízo e ainda enquadramento no código de defesa do consumidor. Além disso o próprio Facebook pode ter interesse em tomar as medidas cabíveis, inclusive judicialmente”.

“A dica continua sendo a prevenção”, sugere o advogado.

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